Vincent Van Gogh - Sorrow |
Os sintomas
aparecem nos campos físico e psicológico. Entre as manifestações físicas, destacamos
a fadiga crônica, insônia, úlceras digestivas, hipertensão arterial e lapsos de
memória. Mas é no âmbito psicológico que identificamos os maiores sinais deste
quadro, os quais apontam para os seguintes aspectos:
- Exaustão emocional: há um esgotamento da energia e dos recursos emocionais para lidar com o convívio com as pessoas e os problemas profissionais. O trabalhador não consegue mais se dispor para o trabalho.
- Falta de envolvimento pessoal no trabalho: como consequência da exaustão, o trabalhador se envolve cada vez menos com sua ocupação, numa atitude defensiva daquele ambiente que para ele se tornou hostil.
- Despersonalização: identificada por um endurecimento afetivo, as relações tornam-se “coisificadas”, seu contato é expresso na forma de cinismo e frieza no trato com os colegas e clientes.
Inicialmente, o burnout
era mais relacionado à classe executiva, principalmente pelo fato de atingir pessoas
que se cobram alto grau de exigência e rigidez nas execuções do trabalho. No
entanto, as pesquisas acadêmicas destacam grande incidência nas áreas de
Educação e Saúde, em especial, os professores e enfermeiros, profissionais que têm
por hábito dobrar seus turnos no intuito de alcançar melhores salários. A
dedicação que lhes é exigida, associada à desgastante demanda de sua clientela
(alunos e pacientes), faz com que, muitas vezes, percam de vista o real
propósito de seu ofício, tornando-o uma execução mecânica e sem sentido.
A psicoterapia se
introduz como principal agente de tratamento, considerando-se a necessidade de
revisão das reais prioridades na vida daqueles que se perderam de si próprios.
O que realmente importa na vida? Refletir sobre essa questão se coloca tão
importante quanto saber identificar os próprios limites e aprender a
respeitá-los.
A síndrome de burnout
pode ser prevenida por meio de cuidados contínuos. Compreender que a vida
profissional é tão importante como a vida pessoal, espiritual e familiar, pode
ajudar o indivíduo a conseguir administrar melhor o próprio tempo e alcançar
uma qualidade de vida mais saudável.
Alessandra Munhoz Lazdan
CRP 06/69627