Carl Gustav Jung |
Em termos gerais, existem escolas de
psicologia que trabalham com os aspectos conscientes da psique, voltando-se
para os padrões do comportamento e processos mentais. São as chamadas
Psicologias Comportamentais e Cognitiva.
Em outra vertente, existem as Psicologias que
consideram, além da consciência, a existência de processos inconscientes da
mente que influenciam ou até mesmo ditam as atitudes, pensamentos e
comportamentos que supúnhamos ser inteiramente conscientes. E, se existem
processos inconscientes que governam nossas atitudes, não temos tanto controle
quanto acreditávamos sobre nós mesmos. A não ser que nos submetamos a um
processo de análise.
A terapia, desta forma, não se configura
apenas como tratamento de distúrbios, mas principalmente como forma de
autoconhecimento. Conhecendo melhor a si mesmo, tendemos a nos harmonizarmos
melhor em primeira instância consigo próprio, e consequentemente com o ambiente
e as pessoas com quem convivemos.
A Psicanálise
de Freud foi a grande precursora a introduzir a ideia do inconsciente no estudo da Psicologia. Por meio da hipnose e
posteriormente com a interpretação dos sonhos, Freud percebeu que havia determinantes
inconscientes causadores das alterações emocionais. Definiu como a libido essa energia inconsciente e sua
constituição seria de origem sexual. Na época, início do século XX, essa ideia
causou grande alvoroço entre os teóricos da Psiquiatria e Psicologia, recebendo
inúmeras críticas. Hoje, a Psicanálise, embora com a hipótese da base sexual da
libido ainda válida, sofreu várias alterações com os novos teóricos, como
Winnicott, se pautando fortemente na relação mãe-bebê para a constituição da
estrutura do eu saudável, por exemplo.
C. G.
Jung foi o principal discípulo de Freud, diferenciando-se dele
principalmente por discordar da natureza
da libido, não generalizando-a com a conotação sexual, mas considerando-a
como uma energia vital, sendo a sexualidade apenas uma parte desta energia, e
não a única.
Outra diferença entre Jung e Freud foi a
ampliação da concepção do inconsciente. Depois de muitos estudos e pesquisas,
comparando a natureza dos processos mentais de diferentes povos (Europa,
América, África, Ásia), Jung percebeu que o chamado inconsciente não se
constituía apenas de reservas das experiências infantis – o que distinguiu com
o inconsciente pessoal – mas agrega também as experiências herdadas dos seres
humanos como espécie. Nomeou a esta ampliação como o inconsciente coletivo.
O inconsciente coletivo é um reservatório de
imagens latentes, chamadas de arquétipos ou imagens primordiais, que cada
pessoa herda de seus ancestrais. A pessoa não se lembra das imagens de forma
consciente, porém, herda uma predisposição para reagir ao mundo da forma que
seus ancestrais faziam. No entanto, são as experiências individuais que nos
permitem diferenciarmo-nos uns dos outros e constituir assim, um chamado Eu.
Jung também considerou com grande relevância
as tendências espirituais próprias da espécie humana. Hoje, o estudo da espiritualidade tem ganho bastante
força, principalmente no meio médico, por ser considerado um aspecto vital para
o desenvolvimento e equilíbrio da psique. Jung fez o estudo das religiões
comparadas, reconhecendo sua importância para o homem, voltando-se com respeito
para a crença de cada paciente. Este é o causador de um dos principais
equívocos pelo qual Jung é chamado ou conhecido como “místico”.
A teoria de Jung foi nomeada Psicologia Analítica. Neste breve
relato, procurei apenas introduzir parte de seu conceito, sendo impossível
contemplar toda a relevância de sua obra num único texto.
ALESSANDRA MUNHOZ LAZDAN
CRP 06/69627
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