René Magritte - Les amants |
O que se busca numa relação é sempre a conexão.
A busca pela união e intimidade com o outro.
Quando se espera que o parceiro amoroso nos dê
algo para nossa satisfação, significa que nossa disponibilidade para a união
está obstruída.
É lógico que em todo relacionamento existe, e
se espera, uma troca. Mas quando a relação se transforma apenas num negócio
quantitativo de trocas, quando uma planilha contábil (eu te dei isso, você me
deve aquilo) toma o lugar da conexão, do simples prazer de estar com o outro,
algo está muito errado nessa relação.
Uma troca efetiva entre duas pessoas, para que
funcione, precisa haver antes o sentimento de cuidado, de amor, de querer bem.
Sem esse afeto, a relação fica baseada apenas num sistema de cobrança, com
direito a juros pelos atrasos da entrega de afetos, esquecimentos, faltas, etc.
E depois disso, ainda se cobra do(a) parceiro(a) (sim, mais cobrança) que se
tenha desejo e tesão, de um lugar onde não se ofereceu nenhum nutriente para
que se germinasse o desejo de contato e penetração com o(a) companheiro(a).
Se seu relacionamento estiver nesse esquema de “permutas”,
pare tudo e reflita: em que ponto o casal se perdeu, em que momento essa união
se fragmentou. Ou, algum dia vocês já estiveram realmente em sintonia?
Se for possível retomar do ponto onde o prazer
de estar junto era o combustível da união, se pergunte qual troca afetiva
espontânea é possível. O que você pode oferecer de maneira prazerosa, aberta e
afetuosa para quem se ama?
Lembrando que somos seres incompletos e
frequentemente insatisfeitos. Não será outra pessoa que lhe garantirá a
felicidade e satisfação plena. Essa é uma busca individual e eterna. Num relacionamento,
os amantes, na verdade, são apenas parceiros de caminhada.
Alessandra
Munhoz Lazdan
Psicóloga
Junguiana
CRP
06/69627
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