No uso popular, bipolar é aquele que muda de humor, uma hora está alegre, outra irritado ou triste. Na verdade, o transtorno bipolar é muito mais profundo e complexo que uma simples alteração de humor. Alterações de humor todos nós temos, oscilamos de acordo com os acontecimentos da vida, seja por um período do dia ou por momentos de transições importantes, podemos estar mais vulneráveis em relação às próprias emoções.
As alterações de humor daquele que
sofre do transtorno bipolar são mais intensas e tem consequências na vida da
pessoa. Em termos gerais, trata-se de uma oscilação entre os estados depressivos
e os estados de mania (ou estados de euforia). No estado depressivo, observamos
sinais de angústia, desânimo, falta de motivação para o trabalho e perspectivas
futuras, sentimentos pessimistas, autoconfiança prejudicada e falta de fé na
vida. Tempos depois (e esse tempo varia, podendo ser dias, semanas ou meses), isso
se altera para o estado oposto, ou seja, o indivíduo fica extremamente
confiante, se sentindo poderoso, com vontade de fazer tudo o que não conseguia
ou acreditava no estado depressivo. O
perigo dessa fase é a prevalência de pensamentos megalomaníacos, em que a
pessoa fica com ideias de grandiosidade e pouco pensamento crítico, que o leva
muitas vezes a gastar dinheiro em excesso ou se aventurar em projetos que não
dão conta. Outra característica é que nessa fase o indivíduo não aceita a opinião
de ninguém, tornando-se bastante agressivo com as pessoas mais próximas. A
agressividade é um sintoma bem frequente no transtorno bipolar.
Em geral, o que às vezes fica difícil
de perceber, é que são indivíduos extremamente sensíveis e vulneráveis às
próprias emoções, a críticas ou opiniões externas.
Tratamento: assim como uma série de
outras doenças, o transtorno bipolar não tem cura, mas controle. Precisa
necessariamente de um acompanhamento psiquiátrico e psicológico conjuntamente.
O psiquiatra é quem vai administrar a medicação, com estabilizadores de humor,
muitas vezes associado com antidepressivos. E o tratamento psicológico vai
ajudar a pessoa a identificar quais são os fatores que o levam a se
desestabilizar, que são estritamente pessoais, e como ele pode lidar de forma
mais adequada com essas situações. Dessa forma, o paciente aprende a reconhecer
os sinais da bipolaridade, a controlar e conviver de forma mais assertiva e com
menos sofrimento.
Alessandra Munhoz Lazdan
CRP 06/69627