The I at center of the storm - Sharon Yamamoto |
A tristeza pode ser traduzida como
um sentimento de pesar, de dor psíquica, de luto. Ela é o resultado de alguma
vivência de perda ou de frustração com bastante significado na vida da pessoa.
Ao contrário da depressão, a tristeza traz um certo colorido à existência
humana. É um acontecimento normal na vida de qualquer um de nós, e diria até
que necessário em muitos momentos, uma vez que nos convida a olhar para o que
realmente importa em nossa alma.
A depressão já configura um estado
mais crônico e profundo da dinâmica psíquica. É um estado em que a vida afetiva
perde seu tônus, sua força, e em consequência, boa parte da sua plasticidade,
do seu movimento. No estado depressivo, existe grande dificuldade para se
recuperar o prazer, a alegria e outros afetos. A tristeza pode ou não fazer
parte da depressão: ao invés disso, a pessoa pode relatar uma ausência total de
sentimentos. Geralmente a depressão produz perda de energia para tomar atitudes
do cotidiano, desinteresse, falta de motivação, apatia, indecisão e dificuldade
de concentração. A perda de sentido oferece ainda uma perspectiva distorcida e
negativa da realidade, um olhar mais pessimista para a vida.
É comum também ocorrer na depressão alterações
em algumas funções fisiológicas, como no sono (desenvolver insônia ou dormir
demais), perda do apetite, muito cansaço, precisando de maior esforço para realizar
as atividades do cotidiano, além da diminuição da libido ou do desempenho
sexual.
E o que é preciso estar mais atento,
é que na depressão, ao contrário da tristeza, pode gerar ideias sobre a própria
morte e, nos casos mais graves, intenções suicidas de fato.
Tratamento: na depressão, por
ocorrer alterações químicas no cérebro, é necessária uma intervenção
medicamentosa junto com a psicoterapia, processo o qual levará o indivíduo a reencontrar
sentido e movimento para a própria vida. Já a tristeza, não precisa ser inibida
com medicações. E aqui vai um toque: os períodos de tristeza não podem ser
encarados como patologia. Infelizmente, hoje em dia tornou-se hábito a procura por remédio para todo desconforto emocional. É preciso resgatar a lembrança que os altos e baixos fazem
parte da vida, e mais, são combustíveis para a alma! São nos períodos de tristeza, luto e
desconforto é que nós reciclamos e revitalizamos o que realmente importa na
nossa vida. Não precisamos ter medo das nossas fases sombrias, ao contrário,
vamos prestar atenção ao que elas podem nos oferecer.
Alessandra
Munhoz Lazdan
CRP
06/69627
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